Veja o que se sabe e o que falta saber sobre o ataque ao delegado da Polícia Federal baleado na cabeça no litoral de SP
Thiago Selling da Cunha, de 40 anos, foi atingido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na comunidade da Vila Zilda, em Guarujá (SP). Dois suspeitos foram presos.
O delegado da Polícia Federal Thiago Selling da Cunha, de 40 anos, foi baleado na cabeça durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele foi internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro, também no município. Veja abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.
A ação da PF em que Thiago Selling atuava não tem relação com a Operação Escudo, que soma 18 mortes e está em vigor no litoral paulista desde 28 de julho, um dia após o assassinato do PM da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos.
Segundo o delegado Antonio Sucupira Neto, titular do DP Sede de Guarujá, o ataque contra o delegado não foi registrado na Polícia Civil, mas na Superintendência da Polícia Federal em Santos.
O g1 entrou em contato com a Polícia Federal, em busca de mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Delegado da PF é baleado na cabeça em Guarujá, SP
Veja o que se sabe:
- Quem é a vítima?
Thiago Selling da Cunha tem 40 anos e iniciou a carreira como escrivão na Polícia Federal, onde atualmente é delegado.
Segundo apurado pelo g1, ele nasceu em Salvador (BA), mas trabalha na Delegacia de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Delepat) na capital paulista.
- O que estava fazendo no local?
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Selling participava da Operação Caeté, que tinha apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para cumprimento de mandado de busca e apreensão no município.
O g1 apurou que, durante a operação, houve uma perseguição na Avenida Tancredo Neves, no bairro Cachoeira. O objetivo da ação policial é o combate ao tráfico de armas.
Suspeitos fugiram em direção a uma casa e atiraram contra os agentes. Um dos tiros atingiu a cabeça do delegado. Os demais policiais revidaram a ação dos criminosos. Um dos suspeitos foi atingido na perna.
Selling e o suspeito atingido foram levados para o Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá, onde permanecem internados.
Armas encontradas com criminosos que atiraram contra Policial Federal no litoral de SP — Foto: Polícia Federal
- Qual o estado de saúde?
Em nota, o HSA informou que o paciente passou por procedimento cirúrgico e segue em estado grave na UTI. Conforme apurado pela TV Globo junto ao corpo médico do hospital, Selling sofreu perda 'mínima' de massa encefálica ao ser baleado na cabeça.
Ainda de acordo com a apuração da emissora, o delegado teria sofrido uma fratura acima do globo ocular e, até a tarde da última terça-feira (15), estava previsto para que passasse por uma descompressão no cérebro e uma limpeza.
Segundo apurado pela TV Globo, existe a possibilidade de Selling ser transferido ao Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, já nesta quarta-feira (16).
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- O que diz a Polícia Federal?
A Polícia Federal de São Paulo confirmou que o delegado foi baleado. Dois suspeitos foram presos em poder de uma submetralhadora, uma pistola, dinheiro e drogas.
Segundo a PF, os suspeitos detidos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Federal em Santos, onde foram autuados por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Eles foram presos e encaminhados para a Delegacia Sede de Guarujá, onde ficaram à disposição da Justiça.
- O que aconteceu com o suspeito baleado?
O suspeito atingido na perna foi encaminhado e socorrido ao HSA. Ele permanece internado, segundo apurado pelo g1 junto à unidade de saúde. O hospital informou que o homem permanece em estado estável e sob cuidados da traumatologia.
Segundo a PF, ele está internado sob escolta. Após tratamento, ele também será preso.
Delegado da Polícia Federal é baleado na cabeça no litoral de SP — Foto: Rede Social/ PF
O que falta saber
- A Operação Caeté acontecerá em outros locais de Guarujá?
A Polícia Federal não divulgou detalhes sobre a parte da Operação Caeté, sobre o cumprimento de mandados e não anunciou novos passos da ação.
- O delegado sofrerá com sequelas?
Apesar da perda mínima de massa encefálica, a unidade de saúde ainda não informou sobre possíveis sequelas para o delegado.
Mais sobre o caso
Associação cobrará punição dos criminosos
Em nota, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) se solidarizou e desejou pronta recuperação ao delegado baleado. "Todos os delegados federais estão unidos em pensamento positivo pelo rápido restabelecimento da saúde do colega".
De acordo com a ADPF, Selling é atuante na vida da associação, sendo membro da diretoria regional em São Paulo. "É inadmissível que tais ataques se perpetuem contra policiais federais ou quaisquer agentes de segurança pública, alvejando o próprio Estado Democrático de Direito em sua plenitude.
Por fim, a associação ressaltou que acompanha o andamento das investigações e que cobrará das autoridades competentes uma rápida e rigorosa punição dos criminosos.
Sindicato pede intervenção
O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (Sinpf/SP) repudiou e lamentou o ataque sofrido pelo delegado da PF. Segundo a presidente Susanna Do Val More, o Sindicato espera que as autoridades apoiem a investigação do caso para que os responsáveis sejam punidos com o rigor da lei.
Para Susanna, é necessária intervenção na Baixada Santista com a ação efetiva dos três poderes: União, Estado e Município contra facções e membros. "É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais".