Tempo de espera por transplante varia de 10 a 31 meses; veja o tempo de cada órgão

Tempo de espera por transplante varia de 10 a 31 meses; veja o tempo de cada órgão

A rápida realização do transplante de coração do apresentador Fausto Silva, de 73 anos, levantou muitas questões acerca da espera por órgãos no Brasil. De acordo com o SNT (Sistema Nacional de Transplantes), cerca de 3 de cada 10 pacientes recebem um coração em menos de um mês. Dados do Ministério da Saúde mostram que o tempo de espera por um transplante no Brasil varia de 10 a 31 meses.

Atualmente, a lista de espera para a realização de um transplante no país conta com 40.314 pessoas aguardando o recebimento de um órgão, sendo o rim o mais disputado — são 37.092 pessoas na fila para este órgão.

Igualmente, é o que leva mais tempo para ser transplantado. O Ministério da Saúde afirma que a média de espera por um rim é de 31 meses.

Já para os demais órgãos, o tempo para aguardar é menor.

O transplante de coração leva, em média, 18 meses, seguido pelo de pulmão, que costuma demorar 16 meses, e o de pâncreas, 15 meses. Por fim, a pasta afirma que o transplante que costuma levar menos tempo é o de fígado, com espera de 10 meses.

 

"A doença renal crônica é muito comum. Atualmente, 148 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil, um tratamento de substituição renal, o que aumenta a sobrevida do paciente em relação ao transplante de outros órgãos. Por isso, o tempo de espera é maior em relação aos outros transplantes", explica a nefrologista Giulia Hatae, da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O tempo de espera do fígado é menor porque as listas são divididas por estado, e não de maneira nacional, esclarece o cirurgião do aparelho digestivo Felipe Sbrolini, também da BP. Outro facilitador do transplante do órgão é a necessidade apenas da compatibilidade sanguínea pelo tipo sanguíneo ABO, enquanto outros órgãos, como pâncreas e rim, precisam de uma compatibilidade maior de anticorpos.

 

 

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O órgão alega que "alguns pacientes constam na lista de espera por dois anos ou mais porque, apesar de se enquadrarem nas patologias que indicam o transplante, não necessitam de internação, por possuírem quadro clínico estável e contam com constante acompanhamento da equipe médica. Assim, caso haja piora em seu estado de saúde e necessidade de realização do transplante, a equipe médica atualizará o prontuário no sistema para ficar compatível com as atuais necessidades de tratamento do paciente".

A fila continua. São 2.222 pessoas à espera de um fígado; 393 para pâncreas/rim; 380 aguardando um coração; 172 para pulmão; 48 para pâncreas; e 7 pessoas para o transplante multivisceral. Os dados da fila de transplante foram atualizados no dia 5 de setembro de 2023.

 

ARTE R7

"Alguns paciente ficam mais tempo na fila do transplante, porque para a doação ocorrer depende de diversos critérios, como tipo sanguíneo, histocompatibilidade, prenseça de anticorpos pré-formados contra o doador, além da condição clínica do paciente receptor", afirma Giulia.  

Além disso, a escassez de órgãos doadores e as restrições geográficas também dificultam a espera dos receptores, completa a médica Patrícia Santiago, pós-graduada em nutrologia. 

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"O processo de transplantes no Brasil é absolutamente transparente. Todo paciente tem acesso ao seu cadastro e consegue ativar o sistema, ver quantas vezes apareceu um órgão para ele e  por que foi recusado. Todo esse processo é fiscalizado em muitas instâncias. Na instância local, estadual e nacional", finaliza a coordenadora do departamento de transplante renal da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), Tainá Sandes.

Fonte 

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