Após lesões por laser em clínica, professora desabafa: ‘Rosto queimado e sem poder sair’

Ana Lúcia dos Santos conta que ainda sente mal-estar por causa do calor nas lesões.

Após lesões por laser em clínica, professora desabafa: ‘Rosto queimado e sem poder sair’

Quase três semanas depois de um incidente durante uma sessão de depilação a laser, na EspaçoLaser, de Mesquita, na Baixada Fluminense, a professora Ana Lúcia Lopes dos Santos, de 53 anos, ainda lida com os incômodos das lesões.

Com o rosto e o pescoço marcados, ela diz que não sai de casa e, que quando chega perto de alguma fonte de calor, o rosto arde muito.

 

"Imagina nessa época de fim de ano, com ceia de Natal para fazer, coisas para agitar, e eu assim. Minha filha me ajudou muito para eu não ficar perto de quentura. Mas estou uma pessoa completamente limitada. Só fico dentro de casa e, se saio, só saio de chapéu, e de preferência à noite", contou.

 

 

 

O pescoço da professora também ficou marcado — Foto: Arquivo pessoal

O pescoço da professora também ficou marcado — Foto: Arquivo pessoal

Ana, que é professora, também dá por perdida as férias escolares desse ano.

 

"O meu psicológico está muito abalado, época de festas, e eu com o rosto queimado e sem poder sair. O rosto, por mais que faça maquiagem, as marcas aparecem. Os dias têm sido muito difíceis."

 

 

Sem ajuda

 

Segundo Ana, depois que tornou o caso público, parou de receber ajuda da EspaçoLaser. A empresa nega.

"Eles falaram que, como está na Justiça, só vão entrar em contato quando finalizar o processo. Não tenho mais contato com ninguém da clínica. Tinha dermatologista agendada para o dia 26 desse mês, mas cancelaram. As pomadas que comprei, achando que ia receber reembolso, nada. Também cancelaram meu contrato", disse sobre o tratamento de dez sessões de depilação a laser.

 

 

g1 entrou em contato com a EspaçoLaser sobre o caso, que informou que segue rígidos protocolos de segurança para aplicação do laser e atua conforme o requerimento de qualificação técnica do Crefito (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional).

 

"A empresa se solidariza com a cliente Ana Lúcia, que está em processo de recuperação, e reforça que vem acompanhando o caso, prestando todo o suporte necessário para restabelecimento completo da área afetada, inclusive de ordem financeira para suprir todos os custos incorridos pela cliente. Vale ressaltar que as intercorrências que podem estar relacionadas à depilação a laser são reversíveis, sendo totalmente possível o retorno ao aspecto saudável da pele", informou em nota.

 

Mais um antes e depois: marcas do que seriam queimaduras persistem — Foto: Arquivo Pessoal

O caso

 

Ana Lúcia contou que teve o rosto e o pescoço queimados na sexta sessão de depilação a laser na clínica no dia 10 de dezembro.

Ela diz que era acostumada com o tratamento e que estranhou a ardência no local logo após, mas, como era um dia quente, achou que podia ser por causa do tempo. No entanto, quando chegou em casa, se deparou com o rosto marcado.

 

"Saí da clínica, fui direto para o carro com ar-condicionado, mas o rosto não parava de queimar, parecia que estava pegando fogo. Quando cheguei em casa, o rosto começou a empolar, formar placas, no rosto e no pescoço", lembra.

 

O caso foi registrado na 53ª DP, em Mesquita, como lesão corporal.

Procurada na época, a Espaçolaser respondeu que conta com rígidos protocolos de segurança para aplicação do laser e atua conforme o requerimento de qualificação técnica do Crefito (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Explicou ainda que, em situações de intercorrência, oferece total assistência aos clientes e realiza o encaminhamento para dermatologistas, a depender do caso, e informa que todos os casos são reversíveis com recuperação total da pele afetada.

Situação do rosto da professora nesta quarta (14) — Foto: Arquivo pessoal

 

FONTE https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/12/28/apos-lesoes-por-laser-em-clinica-professora-desabafa-rosto-queimado-e-sem-poder-sair.ghtml