Família e famosos se despedem de Rita Lee no planetário do Parque Ibirapuera, em SP

Filho da rainha do rock nacional, João Lee chegou ao local do velório junto do biógrafo da cantora, Guilherme Samora. Fãs aguardam sob chuva liberação para homenagens.

Família e famosos se despedem de Rita Lee no planetário do Parque Ibirapuera, em SP

Familiares e artistas se despedem da cantora Rita Lee em velório realizado no planetário do Parque Ibirapuera, Zona Sul da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (10). João Lee, um dos três filhos da cantora com o guitarrista Roberto de Carvalho, chegou por volta de 9h30 e permaneceu ao lado do biógrafo da cantora, Guilherme Samora.

João relembrou uma conversa recente com sua mãe sobre a importância de se escolher bem os ídolos e heróis por eles terem o poder de moldar nossos comportamentos e que "vão definindo de alguma forma quem somos".

 

"É uma loucura a quantidade de realizações que ela teve, mas não é por isso que ela é minha heroína. Ela é minha heroína pela simplicidade, pela dignidade, pela honestidade que ela vivia, dia a dia, mês a mês, ano a ano. Era uma loucura a dignidade dela, a sensibilidade dela de lidar com as pessoas, de entender as pessoas, a forma que ela tinha de se comunicar com o público com o mundo, uma pessoa muito único", contou o filho, que agradeceu o "privilégio" de conviver 43 anos com Rita Lee.

 

Além do filho João, o primogênito Beto Lee chegou por volta das 11h no Planetário.

Virgínia Lee Jones, irmã de Rita, esteve presente desde o início do velório. A cantora também tinha outra irmã, Mary Lee Jones.

O local está repleto de coroas de flores enviadas por fãs, amigos da rainha do rock, como Jorge Ben Jor, e famosos, entre eles Boninho e Ana Furtado.

Coroa de flores enviada por Boninho e Ana Furtado para velório de Rita Lee, no Planetário do Parque Ibirapuera — Foto: Celso Tavares/g1

Coroa de flores enviada por Boninho e Ana Furtado para velório de Rita Lee, no Planetário do Parque Ibirapuera — Foto: Celso Tavares/g1

Um dos famosos presentes no velório, o pintor e escultor Antonio Peticov declarou que Rita Lee "é luz" e que deixa um "legado maior do que Bob Dylan", ao citar o cantor e roqueiro dos Estados Unidos.

Antônio Petvoc no velório de Rita Lee, realizado no Planetário do Parque Ibirapuera — Foto: Celso Tavares/g1

Antônio Petvoc no velório de Rita Lee, realizado no Planetário do Parque Ibirapuera — Foto: Celso Tavares/g1

 

A despedida

 

O corpo da cantora Rita Lee é velado no planetário do Parque Ibirapuera em cerimônia aberta ao público. A despedida começou às 10h e está prevista para ser encerrada às 17h. Os fãs aguardaram liberação sob a fraca chuva que cai durante a manhã na capital paulista e foram liberados para se despedirem da cantora pouco depois das 10h.

Durante a cerimônia, o teto do planetário exibe uma projeção estática com imagens do céu do dia 31 de dezembro de 1947, data em que a artista nasceu. Conforme desejo de Rita, seu corpo será cremado em cerimônia reservada aos familiares e amigos.

 

 

Em sua primeira autobiografia, "Rita Lee — uma autobiografia", publicada em 2016, a cantora escreveu um capítulo sobre a relação que tinha com o local que veio a se tornar o Parque Ibirapuera, chamado pela artista de "floresta encantada": um lugar ideal para montar um pequeno acampamento e realizar piqueniques aos domingos.

Fotos do velório de Rita Lee, que morreu aos 75 anos

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Cerimônia foi aberta ao público às 10h e será encerrada às 17h. Teto do planetário terá exibição estática do céu do dia em que a artista nasceu.

Na obra, a cantora também imaginou como seriam os minutos após sua morte. E, ao longo das nove linhas que escreveu sobre este momento, ela aproveitou para advertir os políticos:

 

"Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los".

 

 

 

Segundo a profecia escrita pela cantora, as visitas ao local eram realizadas em grupo formado por seis mulheres. Cada uma escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninha. Elas também plantavam pés de frutas, verduras e legumes nas redondezas do parque.

Ao relembrar a inauguração do parque, em comemoração aos 400 anos da capital paulista, Rita menciona que "o sonho acabou" — suas pequenas hortas foram destruídas, e a floresta deu lugar ao asfalto, cimento e "construções de gosto duvidoso".

O pai da cantora teria desaprovado a intervenção no espaço e se recusado a comparecer à festa de inauguração.

Fãs leem autobiografia de Rita Lee enquanto aguardam na fila do velório da cantora e compositora, no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 10 de maio de 2023 — Foto: Carla Carniel/Reuters

Fãs leem autobiografia de Rita Lee enquanto aguardam na fila do velório da cantora e compositora, no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo, no dia 10 de maio de 2023 — Foto: Carla Carniel/Reuters

Ainda assim, o Parque Ibirapuera seguiu como um local marcante na vida de Rita, sendo mencionado diversas vezes ao longo dos capítulos do livro.

No capítulo intitulado "Mutatis Mutandis", Rita Lee conta que ia toda semana ao planetário do Ibirapuera, era seu "must semanal", visita que era sucedida por uma banana-split na lanchonete próxima.

Fonte https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/05/10/familia-famosos-velorio-rita-lee.ghtml